Como já tinha aqui
dito, este final de semana foi passado pela zona centro. Não íamos com planos
muito concretos até porque o Pedrocas, por muitos pedidos enternecedores que
lhe tenha feito, andava meio desconfiado. Mas, antes de mais e para que ele não
pense que sou para aqui uma ingrata, começo este texto por lhe agradecer. No
sábado não choveu desde que cheguei a Óbidos e no domingo só choveu quando
estava resguardadinha e no caminho para casa (agradecimento feito, mantemos a
nossa parceria sim?).
Mas vamos então por
partes. No primeiro dia rumamos a Óbidos e à sua vila natal. As ruas de Óbidos
continuam lindas, embora menos ornamentadas que no ano que passou. Senti a
falta do presépio na parte central da vila e das árvores de natal
alternativas que me encantaram tanto. Aproveitamos o final da tarde para ir à
vila natal que, como tudo neste cantinho à beira mar plantado, sente os efeitos
da crise. Uma pista de gelo descoberta (e inutilizada porque de manhã tinha
chovido e ah e tal não estava em condições para), um bar de gelo (que me
fascinou na edição anterior) desaparecido e substituído por uma casa de
espelhos (quando vi a fila pensei que seria uma coisa XPTO mas não, entrava-se,
via-se o corpo a esticar, a diminuir e vinha-se embora) e uma neve artificial
que só saía num sítio específico (e que penso que me estragou a carteira... mas
eu sou assim, mal vi aquilo fui tipo criança a correr). Pontos mais que
positivos (que dos negativos não reza a história nem pensa a saudade): o
espetáculo de marionetes excepcional que me fez bater palmas como uma criança e
o chocolate quente serviço numas torres mimosas(confesso que só bebi para ficar
com a torre mas o chocolate também era bom). Jantei no local que me cativou no
ano passado, o Troca Tintos, uma casa de degustação muito acolhedora que serve
os seus petiscos ao som de fado (e com umas ginginhas es-pe-ta-cu-la-res só por
acaso, assim como quem bebeu poucas). Como não como carne optei por uma sandes
veggie com tomate, azeite e mozzarela e posso dizer que ainda agora lhe sinto
os sabor (e eu nem sou muito de ligar a comida). Depois fomos passear pela vila. É muito bom poder passear descansada, com pessoas muito
simpáticas que dizem "boa noite" e com ginginhas em cada porta (daqui
a nada, de tanto falar em gingas pensam que sou para aí uma alcoólatra)....Pernoitamos
na Estalagem do Convento, um sítio mimoso de se ir e com uma decoração de natal
fantástica...
No segundo dia,
senti saudades de Coimbra e de Inês mas depressa me relembrei da valente encharcadela
que o Pedrocas me deu no ano que passou... Então, como não sou pessoa de
desistir, fui revê-la ao Mosteiro de Alcobaça. Ela lá está, deitadinha no seu
túmulo majestoso (que o rei Pedro era mais mãos largas que o Pedro que temos
agora no poder e não olhou a custos para pôr a sua amada linda). Ficou um pouco
desiludida porque apercebi-me (tendo vivido na eterna inocência) na visita interativa
que muito do que se diz da história daqueles dois é mais fantasioso que
outra coisa (ela não morreu na Quinta das Lágrimas, dizem eles, mas sim numa
praça, os túmulos deles estavam originalmente lado a lado e não de frente para
eles se encontrarem no momento de ressurreição). Mesmo assim, adorei percorrer
aqueles claustros, ver as salas dos monges, ver os jardins e as fontes
majestosas (duas coisas sobre os monges: deviam ser pessoas muito pequenas
porque havia lá portas minúsculas e muito calorosas porque não se viu uma única
lareira)... Acima de tudo, amei um senhor muito fofo que ao ver o túmulo do D. Pedro disse para uma bela senhora que o acompanhava numa típica excursão "Eu já vim cá muitas vezes, nem precisamos de guia. Olhe este é o túmulo de D. Afonso Henriques, quis ser aqui enterrado perto lado da mãe".. E é com esta sábia lição de história de Portugal que me retiro de finiiiiinho....
Ódidoooooooooos e a Vila do Natal. Gosto imenso! Disso e da ginginha em copos de chocolate!
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